Do cemitério e sobre os estreitos, eu e tu olhávamos o mar, o céu acima do mar e, ao longe, as montanhas cobertas de fetos. A costa ali é inclinada como a passagem do nascimento para fora - em direcção ao Atlântico. Os mortos nómadas viajam para este lugar de origem. Estão à distância da fala. Os vivos não sabem falar a sua linguagem. As nossa histórias não são lidas pelos mortos.
Na nossa ilha
a noite cai mais tarde?
Caminho um pouco mais à tua frente
para que nenhuma cobra morda
os teus pés calçados com sandálias?
O equilíbrio nunca está feito.
É por isso que as estrelas estão silenciosas
e não oferecem nenhum relato.
Como medir
uma estação
contra
o calendário da tua ausência?
Como medir
a corrente
da minha luz emaranhada
na montanha
do que já foi
e o que será?
O equilíbrio nunca está feito.
No entanto à noite os teus olhos e os meus
sondam-se
e não mostram nenhum traço da vertigem.