#58
Os poemas, independentemente do resultado final, atravessam campos de batalhas, tratam dos feridos, ouvem os monólogos loucos dos triunfantes ou dos assustados. Trazem uma espécie de paz. Não pela anestesia ou pelo conforto fácil, mas pelo reconhecimento e a promessa de que aquilo que foi experienciado não pode desaparecer como se nunca tivesse existido. No entanto a promessa não é a de um monumento (Quem, no campo de batalha, quer monumentos?). A promessa é que a linguagem reconhece, dá abrigo à experiência que pediu, que gritou.