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No séc. XVII, Pascal reconheceu a extensão da ruptura sem precedentes, causada pelos novos cáculos. Com o avanço impiedoso do tempo e do espaço, o passado perde-se e cai no nada. ( a palavra neant é usada pela primeira vez no sentido absoluto, no séc. XVII). Deus abandona a vida, para habitar o domínio eterno da morte. Não mais presente no ciclos do tempo, não mais o eixo destes ciclos, torna-se uma presença em espera e ausente. Todos os cálculos sublinham quanto é que ele já esperou ou vai esperar. As provas da sua existência deixam de ser a manhã, a estação do ano que volta, o recém-nascido; tornam-se antes a "eternidade" do céu e do inferno e a finalidade do último julgamento. O homem fica condenado ao tempo, que já não é uma condição da vida e logo algo sagrado, mas o princípio inhumano que não poupa nada. O tempo transforma-se tanto numa sentença e como num castigo.