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A transformação moderna do tempo, de condição em força, começou com Hegel. No entanto, para ele, a força da história era positiva; raramente houve um filósofo tão optimista. Mais tarde, Marx quis provar que esta força - a força da história - estava sujeita às acções e escolhas humanas. O constante drama presente no pensamento de Marx, a oposição original da sua dialética, nasce do facto de ele aceitar tanto a moderna transformação do tempo em força suprema, como desejar devolver esta supremacia às mãos do homem. É por isto que o seu pensamento era - em todos os sntidos da palavra - gigante. O tamanho do homem - o seu potencial poder - iria substituir o atemporal, acreditava Marx.


Hoje, no ocidente, à medida que a cultura do capitalismo abandona a sua pretensão de ser uma cultura e transforma-se em nada mais que uma Prática Instantânea, a força do tempo é imaginada como um aniquilador supremo e sem oposição.  O planeta terra e o universo estão a esgotar-se. A desordem cresce a cada passagem de uma unidade temporal. O estado final de entropia máxima, onde não haverá nenhuma actividade, é chamado de calor-morte.