UMA VEZ NO PASSADO
A nossa morte já é a nossa. Não pertence a mais ninguém, nem mesmo a um assassino.O que significa que já faz da vida. Não apenas no sentido em que pode ser antecipada e que nos preparamos para ela, mas no sentido em que o seu conteúdo já está, pelo menos em parte, determinado. No passado, isto era a chave da clarividência. Mais tarde, a reivindicação da liberdade desacreditou todo o determinismo. A noção de liberdade absoluta acompanhou o nascimento do tempo histórico linear. A liberdade era o único consolo. No entanto, só quando o tempo é unilinear é que a previsão de um evento futuro ou a pré-existência de um destino, implicam determinismo, e logo a perca crucial da liberdade. Se houver uma pluralidade de tempos, ou se o tempo for cíclico, a profecia e o destino podem coexistir com a liberdade de escolha.