Apesar dos relógios e do girar regular da Terra, o tempo é experimentado como passando a diferentes ritmos. Esta impressão é normalmente rejeitada como subjectiva, porque o tempo, de acordo com a visão novecentista, é objectivo, incontestável, e indiferente: a sua indiferença não tem limites.
Mas talvez a nossa experiência do tempo não deva ser rejeitada tão rapidamente. Supondo que uma pessoa aceita os relógios, o tempo não acelera ou abranda. Mas o tempo passa a diferentes ritmos porque a nossa experiência do seu passar envolve não um mas dois processos dinâmicos opostos: a acumulação e a dissipação.